Pelo menos 55 pessoas morreram, e mais de um milhão foram afetadas por duas semanas de chuvas torrenciais que causaram inundações e deslizamentos de terra no sudeste de Bangladesh, anunciaram as autoridades neste domingo (13).
Autoridades de quatro dos distritos mais atingidos disseram que, desde 1º de agosto, 21 pessoas morreram em Cox's Bazar; 19, em Chittagong; 10, em Bandarban; e cinco, em Rangamati.
"Estas foram algumas das chuvas mais fortes registradas nos últimos anos", disse à AFP o diretor do Departamento Meteorológico de Bangladesh, Azizur Rahman.
O responsável acrescentou que apenas em 7 de agosto foram registrados 312 milímetros de chuva.
As autoridades explicaram que as fortes chuvas registradas até 11 de agosto causaram o transbordamento dos rios e a elevação das águas que alagaram centenas de povoados.
O número de mortos pôde ser confirmado apenas quando as águas começaram a baixar.
As chuvas de monção de junho a setembro no sul da Ásia representam 70% a 80% da precipitação anual na região.
Esse fenômeno é difícil de prever e varia consideravelmente, mas os cientistas afirmam que a mudança climática está tornando as monções mais fortes e erráticas, enquanto o desmatamento e as construções em encostas pioraram as consequências das inundações repentinas.
"Em Cox's Bazar, onde um milhão de refugiados rohingyas vivem em três dezenas de acampamentos, cerca de 600.000 pessoas foram afetadas", disse à AFP o administrador distrital Shahin Ibrahim.
Centenas de aldeias foram inundadas em Chittagong, a segunda maior cidade e o segundo porto do país.
"A inundação danificou pelo menos 5.000 casas com telhado de palha", disse à AFP o administrador distrital Abul Bashar Mohammed Fakhruzzaman, acrescentando que cerca de 450.000 pessoas foram afetadas pelas enchentes.
As autoridades de Bangladesh enviaram alimentos e ajuda para a região mais atingida, disse Shahina Sultana, funcionária de alto escalão do governo na região de Chattogram, o novo nome de Chittagong.
"Cinco pessoas ainda estão desaparecidas", e "o governo está fazendo tudo ao seu alcance para apoiar o povo", completou.
* AFP