O Ministério Público do Paraguai emitiu ordens de captura contra dois homens, um deles uruguaio, em um caso que investiga o envio de 10 toneladas de cocaína apreendidas em Hamburgo, na Alemanha, informou o órgão nesta quarta-feira (26).
Os fugitivos foram identificados como Gonzalo Aparicio Sosa Izaguirre, uruguaio de 38 anos, e Guillermo Federico Rey Torres, paraguaio de 40, disse o promotor encarregado do caso, Deny Yoon Park. "Ambos usam documentos paraguaios falsos", detalhou.
O porta-voz da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), Francisco Ayala, afirmou que especialistas seguem investigando para identificar outros dois cúmplices responsáveis pela operação. Acrescentou que agentes do Senad realizaram nove ações de buscas nos últimos 10 dias.
Os narcotraficantes conseguiram contaminar grãos e cereais enviados à Europa, pertencentes a exportadores legítimos, segundo o porta-voz.
O ministro do Interior, Enrique Riera, disse à AFP que a quantidade de droga apreendida na Europa procedente do Paraguai nos últimos três anos ultrapassa as 62 toneladas.
"O Paraguai não é produtor. A cocaína vem do Peru, Colômbia, Peru, Venezuela, e chega pelo Chaco porque os traficantes encontraram esse território como zona liberada", explicou, referindo-se à extensa e árida região do noroeste do país, na fronteira com a Bolívia.
Riera afirmou que o governo prevê a instalação de radares cobrindo 90 mil hectares de Chaco, na rota aérea do tráfico de drogas, além do reforço das equipes para escanear as mercadorias nos portos sobre o rio Paraguai.
Os narcotraficantes internacionais trabalham em colaboração com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção brasileira, apontou à AFP o criminólogo Juan Martens. Há dezenas de seus integrantes nas prisões paraguaias.
* AFP