Os paramilitares do grupo russo Wagner se retiraram neste domingo (25), após uma rebelião de 24 horas conduzida por seu líder, Yevgueni Prigozhin. Ele ordenou na noite de sábado (24) que suas tropas, que estavam avançando em direção a Moscou, recuassem e voltassem para suas bases, após entrar em um acordo com Vladimir Putin.
Segundo as autoridades locais, os paramilitares se retiraram da região de Lipetsk, ao sul de Moscou. Eles também deixaram Voronezh, que faz fronteira com a Ucrânia.
Neste domingo, patrulhas policiais permaneceram posicionadas ao longo da principal rodovia que sai de Moscou, no sul da capital. Restrições de tráfego na rodovia que liga Moscou a Rostov, centro nevrálgico das operações russas na Ucrânia, também vigoravam neste domingo, segundo a Avtodor, responsável pelas rodovias na Rússia.
Na segunda-feira (26), será feriado na cidade, decretado no sábado pelo prefeito Sergei Sobyanin, diante de uma situação "difícil".
Prigozhin anunciou na noite de sábado que estava encerrando a rebelião, iniciada um dia antes em Rostov, para evitar um "banho de sangue". Segundo o acordo alcançado com Lukashenko, o líder do Wagner poderá ir para a Bielorrússia e evitar ser processado na Rússia, assim como os seus combatentes, considerando os "méritos no front ucraniano" do grupo paramilitar, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Há meses, Prigozhin tem se envolvido em uma disputa pelo poder com os comandos militares russos, aos quais responsabiliza pelas baixas em suas tropas no leste da Ucrânia.
Em várias ocasiões, ele acusou o exército russo de não equipar suficientemente seus mercenários, ou de dificultar seus avanços com trâmites burocráticos, além de atribuir a si vitórias que, na verdade - segundo Prigozhin - foram obtidas graças aos combatentes do Wagner.