Duas das meninas hospitalizadas após o incêndio que deixou 19 mortos em um dormitório escolar na Guiana, no domingo, se encontram em estado "muito crítico", informou o Ministério da Saúde guianense nesta quarta-feira (24).
As estudantes se encontram em estado crítico devido a problemas respiratórios provocados pela fumaça, mais do que pelas queimaduras.
"Se for necessário um tratamento no exterior, será permitido, mas os médicos ainda não decidiram. Não enviamos ninguém e ninguém me informou que tenhamos planos. [Seu estado de saúde] ainda é muito crítico", disse à AFP Leslie Ramsammy, assessor do ministro da Saúde da Guiana.
Cuba e Barbados se ofereceram para receber os feridos, anunciaram as autoridades na terça-feira. Ramsammy disse que foram enviadas amostras de DNA ao Hospital Monte Sinai, em Nova York, para identificar os restos mortais sem reconhecimento de 13 das 19 vítimas.
Além disso, o Dia da Independência Nacional (26 de maio) se tornará este ano um dia de recordação e meditação, anunciou na noite de terça o presidente Irfaan Ali, que já havia decretado três dias de luto nacional na segunda.
O incêndio foi provocado por uma adolescente descontente com o confisco de seu telefone celular por encarregados do dormitório feminino na escola desta pequena cidade mineira 150 km ao sul da capital, Georgetown.
A jovem, que está hospitalizada sob vigilância policial, foi ao banheiro, jogou inseticida em uma cortina e ateou fogo, segundo um alto funcionário do governo.
Apesar dos esforços dos outros estudantes para apagar as chamas, o fogo se alastrou rapidamente, destruindo por completo o prédio, que em parte era de madeira.
Treze meninas e um menino, filho da encarregada da residência, morreram no local, enquanto outras cinco jovens foram declaradas mortas no hospital do distrito de Mahdia.
A tragédia abalou o país de 800.000 habitantes, que ganhou notoriedade pela riqueza na bacia Guiana-Suriname que, segundo especialistas, tem reservas de cerca de 15 bilhões de barris de petróleo associados a importantes jazidas de gás.
* AFP