Primeiro papa jesuíta e latino-americano da história, Francisco completa 10 anos à frente da Igreja Católica nesta segunda-feira (13).
Veja, a seguir, a linha do tempo do pontificado do cardeal argentino, batizado Jorge Bergoglio, popular entre os fiéis, contestado por setores da própria instituição religiosa.
13 de março de 2013: eleito o 266º papa, sucessor de Bento XVI, que renunciou ao cargo. Escolhe o nome Francisco, em referência a Francisco de Assis, santo padroeiro dos pobres.
8 de julho de 2013: em Lampedusa (Itália), porta de entrada dos imigrantes africanos na Europa, critica "a globalização da indiferença". Em 2016, durante uma visita ao acampamento de migrantes de Lesbos (Grécia), Francisco leva para o Vaticano três famílias de refugiados da Síria, 12 pessoas no total.
11 de julho de 2013: anuncia a reforma do código penal do Vaticano para lutar contra a pedofilia e a corrupção na Igreja.
29 de julho de 2013: no retorno de uma viagem ao Brasil, o papa pronuncia uma frase que ganhou muito destaque na imprensa:
— Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?
22 de dezembro de 2014: diante de alguns cardeais estupefatos, pronuncia o discurso das "15 enfermidades", enumerando os males que corroem a Cúria romana.
18 de junho de 2015: publica sua segunda encíclica, Laudato Si, consagrada à ecologia.
12 de fevereiro de 2016: encontro histórico com o patriarca russo ortodoxo Kirill, quase mil anos após o cisma entre a Igreja do Oriente e Roma.
11 de abril de 2018: reconhece "graves erros" e pede "perdão" pela gestão dos casos de violências sexuais no Chile.
20 de agosto de 2018: em uma carta, Francisco reafirma o compromisso da Igreja na luta contra as violências sexuais.
22 de setembro de 2018: anúncio de um acordo histórico entre a China e a Santa Sé sobre as nomeações dos bispos, renovado em 2022.
4 de fevereiro de 2019: assinatura, em Abu Dhabi, de uma declaração sobre a fraternidade humana com o grande imã de Al Azhar, Ahmed Al Tayeb, grande autoridade sunita.
16 de fevereiro de 2019: expulsa do sacerdócio o cardeal estadunidense Theodore McCarrick, acusado de violências sexuais contra menores.
21 a 24 de fevereiro de 2019: organiza no Vaticano uma reunião sobre as violências sexuais na Igreja.
12 de fevereiro de 2020: descarta o projeto de padres casados e mulheres diaconisas na Amazônia, decepcionando os progressistas que esperavam uma mudança histórica.
27 de março de 2020: pronuncia em plena pandemia de covid-19 uma bênção Urbi et Orbi sozinho em uma praça de São Pedro deserta.
24 de setembro de 2020: destitui o cardeal italiano Angelo Becciu, acusado de desvio de fundos em uma operação imobiliária opaca do Vaticano, que abriu o caminho para um processo em 2021.
4 de outubro de 2020: publica sua terceira encíclica Fratelli tutti sobre a fraternidade e a amizade social. Critica, por exemplo, "o dogma neoliberal".
21 de outubro de 2020: se declara em um documentário favorável à união civil de homossexuais.
6 de março de 2021: reunião com o aiatolá xiita Ali Al Sistani durante uma viagem histórica ao Iraque.
4 de julho de 2021: passa por uma operação no cólon e permanece hospitalizado por 10 dias.
16 de julho de 2021: a publicação de uma carta apostólica que limita a celebração da missa em latim provoca a revolta dos católicos conservadores.
25 de fevereiro de 2022: um dia após a invasão da Ucrânia, Francisco faz uma visita incomum ao embaixador russo nas proximidades da Santa Sé. Desde então, insiste nos pedidos pela paz, mas é ignorado.
5 de junho de 2022: entra em vigor uma nova Constituição apostólica que conclui a reorganização da Cúria e a descentralização da Igreja.
24 de julho de 2022: inicia uma viagem ao Canadá para pedir perdão aos povos originários pelos abusos nos internatos administrados pela Igreja.
5 de janeiro de 2023: preside o funeral do antecessor Bento XVI.