Equipes de emergência alemãs resgataram nesta sexta-feira (10), na cidade turca de Kirikhan, uma mulher que passou mais de cem horas sob os escombros de uma casa que desabou no terremoto de segunda-feira (6) — que arrasou o sudeste da Turquia e o noroeste da Síria.
A cada minuto que passa, encontrar sobreviventes começa a ser considerado um milagre. "A equipe de resgate trabalhou mais de 50 horas para abrir caminho entre os escombros e alcançar a mulher", disse a ONG alemã I.S.A.R (sigla para Busca e Resgate Internacional, em tradução livre) no Twitter.
A mulher de 40 anos está em condição "estável" e foi atendida imediatamente pela equipe médica, acrescentou a mesma fonte. Os socorristas explicaram que conseguiram fornecer água e um suco de frutas à mulher por meio de um tubo.
— O resgate foi muito complicado (...) Um trabalho milimétrico com martelos para quebrar pedras — disse o porta-voz da organização, Stefan Heine.
— A mulher ficou deitada de bruços por muito tempo, próximo de seus familiares mortos — acrescentou o porta-voz da ONG especializada no atendimento de vítimas de catástrofes naturais.
Mais de 90% dos sobreviventes de terremotos são resgatados nos três dias seguintes à catástrofe. No entanto, este tempo pode variar em função das condições meteorológicas e da frequência dos tremores secundários.
— Nunca antes um contato tão prolongado foi mantido com uma pessoa soterrada.
Adolescente ficou 80 horas sob os escombros
Mais de 80 horas após o terremoto de magnitude 7,8, os socorristas também conseguiram tirar Melda Adtas, 16 anos, com vida dos escombros após cinco horas de trabalho no edifício da adolescente, em Antakya, capital da devastada província de Hatay.
O líder da equipe que encontrou a jovem, Suleyman, é garimpeiro no Mar Negro e se deslocou ao sul do país para ajudar. Sem ele, asseguram os demais, o resgate não seria possível porque Suleyman sabe como se infiltrar em espaços escuros.
Trabalhando em silêncio para manter a comunicação com a jovem, os homens retiraram os obstáculos um a um até chegar a Melda, muito machucada, mas viva, a quem puxaram com cuidado sob os olhares de um pai aflito que não conseguia localizar sua filha.
— Que Deus os abençoe! Que Deus abençoe a todos! — exclamava entre os aplausos dos moradores.
Enquanto a jovem era levada a salvo para a ambulância, os homens se abraçavam e comemoravam, alguns em lágrimas.
— Não trabalhamos em vão! Tiramos uma menina dos escombros! — afirmou um deles.