O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, desembarcou em Damasco nesta segunda-feira (27), mais um sinal do degelo nas relações entre a Síria e vários países árabes depois do terremoto que abalou a região norte síria e a Turquia.
Shoukry se reuniu com o presidente sírio, Bashar al-Assad, e com o chanceler sírio, Faisal Mekded. Após a reunião, o ministro afirmou que compartilhou uma mensagem de "solidariedade e simpatia" em nome do presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi.
O Egito está pronto para entregar mais ajuda humanitária às vítimas, afirmou Shoukry, em entrevista coletiva com Mekded.
Bashar al-Assad agradeceu ao Egito por sua "ajuda para apoiar os esforços do governo sírio para fornecer alívio aos afetados pelo terremoto", disse um comunicado do gabinete presidencial.
Um dia depois do terremoto de 6 de fevereiro, que deixou quase 46.000 mortos na Turquia e na Síria, o presidente egípcio telefonou para seu homólogo sírio, Bashar al-Assad, a primeira conversa entre os dois chefes de Estado.
Assad está isolado diplomaticamente desde o início da repressão de uma revolta popular que começou em 2011 e virou uma guerra civil.
A Síria continua suspensa da Liga Árabe, que tem sede no Cairo.
Desde o terremoto, no entanto, os países árabes retomaram contato e enviaram ajuda à Síria, que começa a sair do isolamento diplomático.
Questionado por repórteres se os laços entre Egito e Síria serão totalmente restaurados, Shoukry disse nesta segunda-feira que o objetivo de sua visita é, "principalmente, humanitário".
No domingo, Assad recebeu uma delegação de líderes de Parlamentos árabes, incluindo o presidente do Parlamento egípcio, Hanafy El Gabaly.
De acordo com a imprensa estatal egípcia, Hanafy El Gabaly foi "a principal autoridade egípcia recebida em Damasco" em mais de uma década.
As relações entre Cairo e Damasco nunca foram completamente interrompidas.
Em 2016, o principal nome das forças de segurança sírias, general Ali Mamluk, fez a primeira visita pública ao Cairo desde o início da guerra síria em 2011.
* AFP