Sete pessoas morreram - entre elas os três agressores - quando um comando suicida talibã atacou nesta sexta-feira (17) um complexo policial em Karachi, capital econômica do Paquistão, provocando uma troca de tiros prolongada com as forças de segurança.
"Quatro pessoas morreram no ataque, incluindo dois policiais, um paramilitar e um funcionário da área de saúde", informou Murtaza Wahab Siddiqui, porta-voz do governo da província de Sindh, onde fica Karachi. "A operação foi concluída com a morte dos três terroristas".
A imprensa do Paquistão indicou que o complexo havia sido tomado por um comando de homens armados por volta das 19h30 locais, e que o tiroteio havia durado três horas. O local abriga prédios administrativos da polícia, bem como residências para policiais e suas famílias.
A autoria do ataque foi reivindicada pelos talibãs paquistaneses, um grupo diferente dos talibãs afegãos, mas que compartilha de sua ideologia islâmica.
"Nossos mujahedines atacaram o centro policial de Karachi", afirmou um porta-voz do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) em mensagem de WhatsApp à AFP.
Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, disse que o país "condena enfaticamente o ataque terrorista."
"Apoiamos fortemente o povo do Paquistão diante desse ataque terrorista", escreveu no Twitter. "A violência não é a resposta e deve parar", acrescentou.
Instalações policiais são alvos frequentes de ataques dos talibãs paquistaneses e de grupos separatistas da região do Baluquistão.
- Falta de segurança -
"Mais uma vez, os terroristas atacaram Karachi. Esses atos covardes não podem destruir a vontade e determinação da polícia e das forças de segurança. Toda a nação está com a polícia e as agências de segurança", declarou o primeiro-ministro Shehbaz Sharif.
Karachi, megalópole de 20 milhões de habitantes, é a principal porta de entrada comercial do país. Seu porto está localizado às margens do Mar da Arábia.
A segurança no Paquistão se deteriorou nos últimos meses, principalmente desde o retorno dos talibãs ao poder no vizinho Afeganistão, em agosto de 2021. No ano seguinte, os atentados no território paquistanês aumentaram 50%, segundo o instituto local Pips.
A autoria dos ataques foi reivindicada ou atribuída, principalmente, a dois grupos: os talibãs paquistaneses do TTP e o grupo jihadista Estado Islâmico-Khorasan (IS-K), braço regional do grupo Estado Islâmico (EI).
Após o atentado de hoje, o governo paquistanês decretou estado de alerta máximo e reforçou a mobilização das forças de segurança em todo o país.
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* AFP