O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou, nesta quinta-feira (5), que suas forças implementem cessar-fogo na Ucrânia por 36 horas, entre sexta-feira (6) e sábado (7), por ocasião do Natal ortodoxo, celebrado em ambos os países, após um pedido feito pelo patriarca Kirill. Este é o primeiro cessar-fogo desde o início da ofensiva em território ucraniano, em 24 de fevereiro de 2022.
"Em vista do chamado de Sua Santidade, o patriarca Kirill, instruo o ministro da Defesa da Rússia a introduzir um regime de cessar-fogo ao longo de toda linha de contato entre as partes na Ucrânia", diz Putin, conforme o comunicado divulgado pelo governo russo.
De acordo com os russos, dado o elevado número de pessoas que professam a fé ortodoxa nas zonas de combate, lançou-se um apelo aos ucranianos para declararem um cessar-fogo que lhes dê a oportunidade de "assistir aos serviços religiosos na véspera de Natal, assim como no Dia do Natividade de Cristo".
Em outro apelo, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pediu a Putin que declare um cessar-fogo "unilateral" na Ucrânia.
Um conselheiro da presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, reagiu, qualificando o anúncio de cessar-fogo russo de "hipocrisia".
"A Rússia deve deixar os territórios ocupados. Somente então haverá uma 'trégua temporária'. Fique com sua hipocrisia", postou nas redes sociais.
Em outra mensagem à imprensa, Podoliak chamou esse cessar-fogo como um "mero gesto de propaganda". "A Rússia está tentando por todos os meios, pelo menos temporariamente, reduzir a intensidade dos combates e dos ataques aos seus centros logísticos para ganhar tempo", continuou Podoliak.
Além disso, acusou Putin de não ter "a menor vontade de acabar com a guerra" e de tentar "convencer os europeus a pressionarem" o governo ucraniano a entrar em negociações de paz, uma iniciativa que a Ucrânia rejeita há meses.
"Não há necessidade de responder às iniciativas deliberadamente manipuladoras da liderança russa", concluiu.