A advogada da professora americana baleada por um aluno de seis anos anunciou, nesta quarta-feira (25), a abertura de um processo contra as autoridades escolares, acusadas de ignorar vários avisos sobre a ameaça.
A advogada Diane Toscano, que representa Abigail Zwerner, afirmou que os administradores da Escola Primária Richneck, na cidade de Newport News, Virgínia, nos Estados Unidos, foram avisados três vezes em 6 de janeiro pela cliente dela e por outros professores de que o menino poderia ter uma arma e estava ameaçando outras pessoas.
Naquela manhã, Abigail, de 25 anos, disse aos administradores da escola que o menino, que não teve a identidade divulgada, havia ameaçado bater em outra criança.
— Mas a administração da escola não se importou — declarou Toscano.
Uma hora depois, outra professora relatou aos administradores que o menino aparentemente havia trazido uma arma para a escola, que poderia estar em seu bolso. Em seguida, um terceiro professor relatou que outro aluno, chorando, disse que tinha visto a arma e havia sido ameaçado com ela.
Ainda assim, nenhuma ação foi tomada e um funcionário da escola teve a permissão para revistar o menino negada. Um administrador disse que o menino "tinha bolsos pequenos" e o problema poderia ser ignorado até o fim do dia escolar.
— Quase uma hora depois, Zwerner foi baleada na frente dessas crianças horrorizadas — relatou Toscano.
— Esta tragédia poderia ser totalmente evitada se os administradores escolares responsáveis pela segurança escolar tivessem feito o que tinham que fazer e agido quando cientes do perigo iminente — acrescentou.
Zwerner sobreviveu a um tiro no peito e agora está se recuperando em casa, mas precisará passar por novas cirurgias. O caso chocou grande parte do país por causa da idade do menino, que aparentemente encontrou a arma da mãe em um armário.
Os pais do menino emitiram um comunicado na semana passada elogiando Zwerner e dizendo que a arma encontrava-se em um local seguro. Eles disseram que o menino sofre de "uma deficiência aguda" e estava sob um plano especial de assistência escolar que geralmente envolvia um membro da família acompanhando-o à escola e às aulas.
"A semana do disparo foi a primeira semana em que não estávamos na aula com ele", afirmaram.
Devido à idade, é improvável que a criança seja acusada. No entanto, os pais dele podem enfrentar acusações por permitir que o menino tivesse acesso a uma arma.