A presidente do Peru, Dina Boluarte, negou que vá renunciar ao cargo, apesar das mobilizações que já deixaram quase 50 mortos no país. Boluarte assumiu o cargo em dezembro, após o afastamento de seu antecessor, Pedro Castillo, que tentou dissolver o congresso peruano para impedir sua destituição.
— Não vou renunciar. Meu compromisso é com o Peru e não com esse grupo minúsculo que está fazendo o país sangrar — afirmou a presidente em mensagem televisionada na noite de sexta-feira (13).
Em sua fala, Boluarte também pediu ao congresso do país que acelere a aprovação de eleições antecipadas, uma das reivindicações das mobilizações. Em contrapartida, questionou a demanda pela realização de uma Assembleia Constituinte, usando como exemplo o vizinho Chile, "onde o processo constituinte durou vários anos e, diante da rejeição dos cidadãos, um novo processo foi aberto". Sobre o pedido de soltura de Castillo, lembrou que o caso está na Justiça.
Novas mobilizações, greves e bloqueios de estradas foram registrados na sexta-feira (13) em 44 províncias peruanas, a maioria nas regiões do sul do país. Os protestos já deixaram 49 mortos, sendo 48 civis e um policial.