O presidente da Rússia, Vladimir Putin, garantiu nesta sexta-feira (9) que é "possível" acertar com os Estados Unidos outras trocas de prisioneiros, depois da realizada com a jogadora de basquete americana Brittney Griner pelo traficante de armas russo Viktor Bout.
"Os contatos continuam no nível dos serviços de inteligência, eles nunca pararam. É possível fazer outras (trocas)? Sim, tudo é possível", disse Putin em entrevista coletiva à margem de uma reunião regional no Quirguistão, referindo-se à troca de Griner por Bout na quinta-feira.
"É o resultado de negociações e da busca de um compromisso. Nesse caso, encontramos um compromisso e não nos recusamos a continuar com esse trabalho no futuro", acrescentou o presidente.
No entanto, afirmou que essas negociações não foram necessariamente o "prólogo" de um diálogo sobre outros temas.
As relações entre Moscou e Washington tornaram-se particularmente tensas desde a intervenção militar da Rússia na Ucrânia, iniciada no final de fevereiro.
"Não estabelecemos o objetivo de que essas negociações levarão a outras. Mas elas criam uma certa atmosfera, isso é verdade", afirmou.
Mais cedo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, ressaltou que as negociações não puseram fim à "crise" entre os dois países, cujas relações "se encontram ainda num estado deplorável".
Outro americano detido na Rússia, o ex-militar Paul Whelan, não esteve envolvido na troca de prisioneiros de quinta-feira.
Whelan, de 52 anos, foi detido na Rússia em 2018 e dois anos depois foi condenado a 16 anos de prisão por "espionagem", condenação que o americano atribui a razões "políticas".
* AFP