O presidente de Gana, Nana Akufo-Addo, acusou Burkina Faso, o país vizinho, de permitir ações de mercenários do grupo russo Wagner, e classificou essa mobilização como "muito angustiante".
"Burkina Faso concordou em empregar nesse país, juntamente com o Mali, as forças Wagner", afirmou na quarta-feira Akufo-Addo, em declarações não respondidas por Burkina até esta quinta (15).
"Acredito que lhes foi entregue uma mina no sul de Burkina como pagamento por seus serviços", disse Akufo-Addo durante encontro com o secretário de Estado americano, Antony Blinken. "Tê-los operando em nossa fronteira norte é muito angustiante para nós em Gana", acrescentou.
O porta-voz do governo de Burkina, Jean-Emmanuel Ouedraogo, disse à AFP que não houve reação de seu país até o momento.
Em vários países africanos de língua francesa, a Rússia tentou influenciar a opinião pública por meio da mídia e goza de uma popularidade crescente, enquanto a França, antigo poder colonial, é bastante criticada. Vários países acusam a junta que dirige o Mali de usar os serviços do Wagner, considerado próximo do regime russo, o que Bamako nega.
O fortalecimento das relações com a Rússia está na agenda de Burkina Faso desde o golpe de Estado de 30 de setembro, o segundo em oito anos, que levou o capitão Ibrahim Traore ao poder, no momento em que o país tenta combater os ataques de jihadistas que ocorrem desde 2015.
* AFP