As exportações da China registraram contração em outubro, a primeira desde meados de 2020, informaram nesta segunda-feira (7) as autoridades do país, em um cenário de desaceleração interna e de ameaça de recessão mundial.
As exportações caíram 0,3% em ritmo anual em outubro, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas, uma queda expressiva em comparação com o aumento de 5,7% de setembro e muito abaixo das expectativas dos analistas.
Já as importações em ritmo anual registraram queda de 0,7% em outubro, o primeiro resultado negativo desde março e uma queda na comparação com o avanço de 0,3% de setembro.
A desaceleração do comércio acontece no momento em que a demanda mundial de produtos chineses perde força, com os preços da energia em alta e a economia dos Estados Unidos sob ameaça de recessão.
Os confinamentos esporádicos por causa da covid-19 também prejudicaram o entusiasmo dos consumidores e a confiança empresarial na segunda maior economia do mundo.
Os analistas entrevistados pela Bloomberg previam um crescimento das exportações de 4,3% em outubro, mas projetavam um crescimento das importações de apenas 0,1% diante do enfraquecimento da demanda no país.
— O recente declínio nos volumes de exportação parece refletir uma reversão no aumento da demanda mundial por produtos chineses que aconteceu durante a pandemia — afirmou Zichun Huang, analista da Capital Economics.
Os analistas do grupo financeiro Nomura acreditam que a queda das exportações da China deve continuar nos próximos dois meses.
"Como o forte crescimento das exportações tem sido o grande motor do crescimento do PIB na China desde a primavera de 2020, a contração nas exportações inevitavelmente pesará sobre o crescimento, o emprego e o investimento", destacaram.
A atividade das fábricas chinesas registrou contração em outubro, de acordo com dados oficiais divulgados na semana passada, números que o Escritório Nacional de Estatísticas atribui aos surtos de covid-19 do mês passado.