Quatorze pessoas, entre elas três mulheres, foram espancadas nesta quarta-feira (23), por ordem de um tribunal afegão do regime talibã, que as declarou culpadas de "crimes morais" e de roubo - informou um funcionário provincial de alto escalão.
Estas são as primeiras flagelações confirmadas desde que o líder supremo dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, ordenou, em meados do mês, a aplicação da lei islâmica ("sharia") em sua totalidade. Nela, estão previstos apedrejamentos, execuções públicas, chicotadas e, no caso de ladrões, a amputação de membros.
Os condenados não foram açoitados em público, disse à AFP o chefe de Informação e Cultura da província de Logar (leste), Qazi Rafiullah Samim, acrescentando que as maiores punições foram de "39 chicotadas".
Há mais de um ano, as redes sociais estão repletas de fotos e de vídeos de flagelações públicas aplicadas pelos talibãs a pessoas acusadas de diferentes delitos.
Outros informes relatam flagelações por adultério em áreas rurais, depois da oração muçulmana às sextas-feiras. Não foi possível confirmar estas informações com fontes independentes.
Akhundzada não foi filmado, nem fotografado, desde a volta dos talibãs ao poder em agosto de 2021. Ele governa de Kandahar (sul), berço do movimento fundamentalista islâmico.
Em seu primeiro mandato no Afeganistão (1996-2001), os talibãs infligiam regularmente punições corporais em público, incluindo açoitamentos e execuções no estádio nacional de Cabul.
* AFP