A fabricante de veículos norte-americana General Motors (GM) informou nesta sexta-feira (28) que suspendeu de forma temporária seus anúncios que eram veiculados no Twitter. A decisão foi motivada porque a marca deseja reavaliar a nova política da rede social que será adotada pelo novo proprietário, Elon Musk. O bilionário concluiu o processo de compra da plataforma na quinta-feira (27).
Com a suspensão temporária de sua publicidade, a GM se torna o primeiro grande anunciante a reavaliar sua presença na plataforma após a aquisição do Twitter pelo bilionário. O valor da compra foi de US$ 44 bilhões (R$ 232,75 bilhões).
— Falamos com o Twitter para entender a direção que tomará a plataforma sob seu novo proprietário. Como é normal durante uma mudança importante em uma plataforma de mídia, suspendemos temporariamente nossa publicidade paga — explicou um porta-voz da fabricante.
Vale lembrar também que a GM compete diretamente com a Tesla, fabricante de veículos elétricos comandada por Musk. Por conta disso, pode não ser de interesse tanto do bilionário quanto da General Motors seguir com a parceria.
Novas medidas de Elon Musk
Segundo o jornal The Washignton Post, Elon Musk planeja uma série de mudanças que deseja implementar na plataforma. Entre as principais, estaria a redução de 75% dos 7,5 mil funcionários que trabalham com a rede social, que entraria em vigor até o final de 2023, e o afrouxamento das políticas de controle de conteúdos.
O bilionário se define publicamente como defensor da liberdade de expressão e, por conta dessa postura, pretende permitir a publicação de alguns conteúdos que eram proibidos até então pela plataforma. Esse assunto tem gerado temores por parte de alguns usuários do Twitter e especialistas, que acreditam que isso fará ressurgir discursos de ódio e desinformação.
Na sexta-feira, Elon Musk ordenou a devolução das contas do Twitter do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do rapper Kanye West. Ambos foram banidos da rede social pelo descumprimento das políticas de uso. O político perdeu o acesso ao perfil no ano passado por causa da disseminação frequente de fake news. Já o músico foi banido no início do mês por publicação de discursos de ódio contra judeus (antisemitismo).
Musk tentou tranquilizar os anunciantes ao declarar na quinta-feira (27) que deseja permitir todas as opiniões sem que o Twitter se torne uma rede "infernal", onde tudo é permitido. Como solução, ele anunciou que criará um "conselho de moderação de conteúdos com pontos de vista muito diversos".