Uma multidão de uma dúzia de pessoas matou dois líderes comunitários rohingyas em Bangladesh - informou a polícia neste domingo (16), em um momento em que a segurança se deteriora nos acampamentos de refugiados.
Nestes locais, hoje lotados, vive quase um milhão de pessoas.
O porta-voz da polícia, Faruk Ahmed, disse que dois líderes rohingyas foram mortos no acampamento 13 na noite de sábado. Segundo ele, foi um dos piores ataques dos últimos meses.
Um policial de elite de alto escalão, que pediu para não ser identificado, culpou o Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA), um grupo insurgente que luta contra o Exército birmanês.
Há tempos, diferentes gangues lutam pelo controle do tráfico de drogas, mas o comandante da polícia do distrito de Cox's Bazar, em Bangladesh, disse ver uma escalada na violência.
"Somente nos últimos três meses, pelo menos 14 rohingyas foram mortos nos acampamentos. O número de assassinatos no acampamento aumentou em relação ao ano passado", declarou Mahfuzul Islam à AFP.
Bangladesh abriga os rohingyas em uma vasta extensão de acampamentos desde que fugiram de uma repressão em Mianmar em 2017. Essa campanha agora sendo investigada por um tribunal da ONU por alegações de que os militares podem ter cometido genocídio.
Nessas precárias instalações, a violência aumentou nos últimos meses, com a presença de quadrilhas de narcotraficantes que buscam intimidar líderes comunitários por meio de assassinatos e sequestros.
* AFP