Cerca de 30 afegãs se manifestaram, nesta terça-feira (18), em frente a uma universidade em Cabul contra a expulsão de estudantes mulheres de uma residência universitária.
As manifestantes também pediram a reabertura das escolas de ensino médio para meninas, fechadas desde que os talibãs retomaram o poder no ano passado.
Na segunda-feira (17), o Ministério do Ensino Superior informou que as estudantes foram expulsas por violarem as regras do estabelecimento.
"Não nos expulsem. O ensino é nossa linha vermelha", gritavam, em frente à universidade.
Os raros protestos de mulheres contra as severas restrições impostas pelo novo governo islamita são, em geral, rapidamente dispersos, às vezes de forma brutal, e é cada vez mais difícil para os jornalistas acompanhá-los.
Sob a pressão da comunidade internacional, os dirigentes talibãs garantem que o fechamento das escolas secundárias é temporário.
Ontem, o líder supremo talibã, Hibatullah Akhundzada, substituiu o ministro de Ensino Superior pelo clérigo Neda Mohammad Nadeem, de acordo com um comunicado do governo.
Anteriormente governador da província de Cabul, o clérigo ocupou durante anos altos cargos de apoio ao talibã, entre eles o de diretor de Inteligência no leste do Afeganistão.
Sua opinião sobre o ensino de meninas é desconhecida, e os motivos da saída de seu antecessor, Abdul Baqi Haqqani, ainda não estão claros.
"Foi considerado digno de confiança para um cargo fundamental, devido à sua proximidade com o líder supremo e suas conquistas", disse à AFP, sob condição de anonimato, um funcionário talibã que trabalhou no entorno do novo ministro.
É a segunda mudança no setor de ensino em um mês, após a nomeação, em setembro, de um novo ministro da Educação, responsável pelos ensinos fundamental e médio.
* AFP