Ucrânia e Rússia voltaram a trocar acusações neste sábado (27) após novos bombardeios nas proximidades da usina nuclear de Zaporizhia. De acordo com a Energoatom, operadora estatal ucraniana, os ataques provocam o risco de "pulverização de substâncias radioativas".
A central nuclear de Zaporizhzhia, maior da Europa, foi ocupada pelas tropas russas nos primeiros dias após a invasão da Ucrânia.
Neste sábado, a Energoatom divulgou informações afirmando que, depois de ter sofrido "vários bombardeios no último dia" por parte da Rússia, "a infraestrutura da estação foi danificada", e que "há riscos de pulverização de hidrogênio e de vazamento de substâncias radioativas", além de reforçar que o risco de incêndio também é alto.
Até meio-dia de sábado (6h de Brasília), a central "operava com o risco de violar os parâmetros de segurança de radiação e de incêndio", afirmou a Energoatom em uma mensagem no Telegram.
O ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, afirmou em um comunicado que as forças ucranianas bombardearam o terreno da central nas últimas 24 horas, com "um total de 17 projéteis", e acusou o governo de Kiev de "terrorismo nuclear". Apesar da denúncia, a nota afirma que os níveis de radiação na central "permanecem normais".
Na quinta-feira (25), a usina foi completamente desconectada da rede elétrica ucraniana pela primeira vez em quatro décadas, devido às "ações dos invasores", segundo divulgou a Energoatom.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a corrente foi cortada porque a Rússia havia bombardeado a última linha de energia elétrica ativa que ligava a usina à rede nacional. A central foi reconectada na sexta-feira (26) à tarde.
* AFP