O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na segunda-feira (1º) que um drone americano operado pela CIA matou o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri. A operação foi realizada no fim de semana em Cabul, no Afeganistão.
— A justiça foi feita. Esse terrorista está morto — disse Biden.
Zawahiri assumiu o comando da Al-Qaeda em 2011, após a morte de Osama bin Laden, idealizador dos ataques de 11 de Setembro. Era um dos terroristas mais procurados no mundo pelo governo americano, que oferecia US$ 25 milhões em recompensa por qualquer informação que levasse a sua prisão ou condenação.
O assassinato do líder terrorista foi a primeira operação realizada pelos EUA no Afeganistão desde que o Talibã assumiu o poder em Cabul, no ano passado, e representa uma importante vitória para Biden.
— O ataque que matou Zawahiri foi um grande sucesso no esforço de contraterrorismo dos Estados Unidos. Foi resultado de incontáveis horas de coleta de informações ao longo de muitos anos — afirmou Mick Mulroy, ex-agente da CIA e funcionário do alto escalão do Pentágono.
— Ele (Zawahiri) acreditava que jamais seríamos capazes de localizá-lo. Mas estava errado.
Quem foi Zawahiri
Zawahiri se tornou conhecido por seus discursos antiamericanos gravados em vídeo. Ele desempenhou um papel importante em transformar a Al-Qaeda em uma organização letal, de acordo com investigadores e funcionários de inteligência que o perseguiam.
Ele foi indiciado pelos atentados às embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em 1998, ataques que marcaram a ascensão da Al-Qaeda. Zawahiri também planejou o ataque contra o destróier USS Cole, em 2000. Durante anos, escapou de tentativas de assassinato e seu estado de saúde era alvo de rumores.
Em 2003, surgiu o boato de que ele teria sido preso no Irã. Em 2004, 2006 e 2008, de que teria ficado gravemente ferido em ataques no Paquistão. Zawahiri, no entanto, sempre ressurgia triunfante divulgando vídeos gravados em seguida.
Um ex-membro da Al-Qaeda e do Estado Islâmico, que falou em condição de anonimato ao Washington Post, minimizou o significado da morte de Zawahiri.
— Tenho certeza de que Biden fará parecer que é algo grande, mas não é significativo para nós — disse. — Zawahiri é um mártir. A questão agora é saber quem se tornará nosso líder.
Zawahiri passou anos fugindo das autoridades americanas e evitava entrar no Afeganistão. Seu retorno a Cabul ocorreu após a chega do Talibã ao poder — e sua morte levanta dúvidas sobre o compromisso do grupo em manter a Al-Qaeda fora do país.