O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou na noite de segunda-feira (8) que encerrará a política de exigir que os solicitantes de asilo esperem no México enquanto os pedidos são resolvidos na Justiça. O anúncio aconteceu depois que um juiz suspendeu uma ordem judicial que impedia o governo de Joe Biden de eliminar a chamada política "Permanecer no México".
Com essa política, adotada em 2019 pelo ex-presidente Donald Trump, dezenas de milhares de solicitantes de asilo foram enviados ao México até que tivessem que comparecer perante um tribunal dos EUA para a audiência de imigração.
O programa foi considerado cruel e perigoso, deixando pessoas vulneráveis em condições inseguras nas cidades fronteiriças.
A política será eliminada "de maneira rápida e ordenada", afirmou o departamento em um comunicado. Ninguém mais será incluído e aqueles que cruzarem a fronteira para comparecer às audiências judiciais não serão devolvidos ao México, acrescentou.
O Protocolo de Proteção ao Migrante (PPM), como a política é oficialmente chamada, "tem falhas endêmicas, impõe custos humanos injustificados e tira recursos e pessoal de outras tarefas prioritárias para proteger nossas fronteiras", acrescentou o departamento.
Pouco depois de chegar ao poder, Biden tentou descartar a medida como parte do que chamou de uma abordagem mais humana da migração. Mas vários Estados governados por republicanos, liderados pelo Texas, processaram o governo federal, e um tribunal na capital ordenou a reinstauração da política.
O caso foi para a Suprema Corte, que decidiu em 30 de junho que Biden tem autoridade para encerrar o programa.
Desde o início da política em janeiro de 2019 até sua suspensão inicial, pelo menos 70 mil pessoas foram enviadas para o México, de acordo com o Conselho Americano de Imigração, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1987 que defende os imigrantes.
O governo Trump argumentou que a política conteria a imigração ilegal para os Estados Unidos.
Durante o mandato de Biden, as autoridades impediram a entrada de mais de 200 mil pessoas que tentaram ingressar ilegalmente e foram devolvidas, seja pelo PPM ou por outro regulamento de fronteira adotado devido à pandemia de coronavírus.