Raila Odinga, derrotado nas eleições presidenciais do Quênia no último dia 9, entrou com um recurso nesta segunda-feira perante a Suprema Corte contra o resultado da votação, e afirmou que tem provas de sua vitória.
Odinga, candidato da oposição, mas apoiado na eleição pelo atual presidente, Uhuru Kenyatta, já havia anunciado a intenção de contestar os resultados anunciados em 15 de agosto pela Comissão Eleitoral (IEBC), que chamou de farsa. Segundo os números da IEBC, Odinga foi superado pelo atual vice-presidente, William Ruto, por 230.000 votos (50,49% contra 48,85%).
Após o envio de uma versão eletrônica na manhã desta segunda-feira, a corte recebeu a cópia física do recurso, na presença de Odinga. Dezenas de caixas com documentos foram entregues ao alto tribunal, entre aclamações de apoiadores de Odinga. "Temos provas suficientes de que vencemos a eleição", declarou Odinga um pouco mais tarde, em seu quartel-general.
A mais alta instância judicial do Quênia dispõe de 14 dias para comunicar sua decisão. Caso a eleição seja anulada, uma nova votação será celebrada em um prazo de 60 dias.
No dia 15 de agosto, o anúncio dos resultados pelo presidente da IEBC provocou muitas divergências neste órgão independente responsável por organizar as eleições.
Quatro dos sete comissários da IEBC anunciaram que rejeitavam os resultados, poucos minutos depois da divulgação dos dados, e criticaram o presidente do organismo por uma gestão "opaca" e pela falta de coordenação.
Desde 2002, todas as eleições presidenciais do Quênia foram contestadas e provocaram confrontos, em alguns casos violentos.
* AFP