O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, foi designado como presidente interino após a fuga do chefe de Estado, Gotabaya Rajapaksa, anunciou o líder do parlamento nesta quarta-feira (13), pouco depois do anúncio de um estado de emergência no país.
— Por causa de sua ausência no país, o presidente Rajapaksa me disse que nomeou o primeiro-ministro para exercer a função de presidente, de acordo com a Constituição — anunciou Mahinda Yapa Abeywardana em um breve discurso exibido na televisão.
O presidente Gotabaya Rajapaksa fugiu nesta quarta-feira em um avião militar para as Maldivas, arquipélago próximo do Sri Lanka, no Oceano Índico, após a grande pressão provocada pela crise econômica mais grave na história desta ilha localizada ao sul da Índia.
Pouco depois da fuga, o gabinete do primeiro-ministro do Sri Lanka declarou estado de emergência e instaurou um toque de recolher na capital Colombo.
A Constituição prevê, em caso renúncia do presidente — o que Rajapaksa prometeu fazer durante o dia —, que o primeiro-ministro assuma o cargo de maneira interina até a eleição, pelo parlamento, de um deputado para exercer a função de chefe de Estado até o fim do mandato em curso, novembro de 2024.
Emissora invadida
Manifestantes contrários ao governo também invadiram a sede do principal canal de televisão pública do país e apareceram por alguns minutos no ar.
Um homem não identificado entrou no estúdio do canal Rupavahini durante uma transmissão ao vivo e afirmou que só deveriam ser exibidas notícias relacionadas com os protestos. A transmissão foi interrompida e substituída por um programa gravado.
No último sábado (9), o palácio presidencial também foi invadido por manifestantes. A multidão percorreu os ambientes luxuosos, várias pessoas pularam na piscina e vasculharam o guarda-roupa e os pertences de Rajapaksa.