O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou neste sábado (2) que seu exército interceptou mísseis lançados da Ucrânia, em meio a rumores sobre o crescente envolvimento de seu país, um aliado russo, na guerra russo-ucraniana.
— Nos provocam. Devo dizer que há cerca de três dias, talvez mais, tentaram bombardear diretamente da Ucrânia alvos militares em Belarus. Graças a Deus, nossos sistemas antiaéreos Pantsir interceptaram todos os mísseis disparados pelas forças ucranianas — disse Lukashenko, sem apresentar provas de suas acusações, citado pela agência estatal bielorrussa Belta. — Repito, como disse há mais de um ano: não pretendemos lutar na Ucrânia.
Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, Belarus serviu como base de retaguarda para as forças russas. Nos primeiros dias, as colunas russas que tentaram avançar para Kiev, a capital ucraniana, partiram de Belarus, mas encontraram uma resistência inesperada que os obrigou a se retirar.
Depois de meses nessa zona cinza, em 25 de junho, o exército ucraniano declarou que um "ataque russo em larga escala (...) com mais de 50 mísseis de vários tipos lançados do ar, do mar e da terra", realizado na noite anterior, havia partido do território de Belarus.
No dia seguinte, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pediu diretamente à população de Belarus que não deixe que o governo do país e o Kremlin os "arrastem para a guerra", em um de seus pronunciamentos diários, publicados nas redes sociais. Pesquisas apontam que a maior parte dos cidadãos de Belarus apoia a Ucrânia e não deseja que o país se envolva no conflito.
Putin, por sua vez, anunciou que seu país entregará mísseis Iskander-M, capazes de transportar ogivas nucleares, a Belarus "nos próximos meses".
O governo de Lukashenko, considerado ditatorial por outros países do Ocidente, enfrenta duras sanções internacionais e é altamente dependente da Rússia no campo militar e econômico.