O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrenta uma nova dor de cabeça política. Nesta sexta-feira (1º), uma figura importante do Partido Conservador renunciou ao posto dentro do partido após acusações de assédio. Chris Pincher, responsável pela disciplina de voto parlamentar dos deputados conservadores, teria apalpado dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres, o Carlton Club, o que provocou reclamações no Partido Conservador. Trata-se de um novo escândalo político para o chefe de Governo já enfraquecido.
Na carta de renúncia, com data de quinta-feira (30), Pincher, 52 anos, afirma que deixa o cargo depois de beber "demais" e "envergonhar a mim e a outras pessoas" na noite anterior. Pincher renunciou ao posto de responsável pela disciplina do partido, mas continua como deputado, o que motivou pedidos de expulsão e de uma investigação interna.
Nomeado em fevereiro, Chris Pincher já havia renunciado como "whip júnior" em 2017, acusado de ter feito propostas sexuais a um atleta olímpico e potencial candidato conservador nas eleições. Ele foi absolvido após uma investigação interna.
Reincorporado pela ex-primeira-ministra Theresa May, ele passou a trabalhar para o ministério das Relações Exteriores como secretário de Estado quando Boris Johnson chegou ao poder em julho de 2019.
A polícia de Londres informou que não foram apresentadas denúncias de agressão no Carlton Club.
"Os 'tories' não devem ignorar uma possível agressão sexual", tuitou Angela Rayner, a número dois do Partido Trabalhista, principal formação de oposição.
Este caso é o mais recente em uma série de escândalos similares no Partido Conservador nos últimos meses.
Em maio, um deputado suspeito de estupro foi detido e depois libertado sob fiança. Em abril, outro deputado conservador renunciou depois que foi flagrado assistindo um vídeo pornô em seu smartphone durante uma sessão do Parlamento. E um ex-deputado foi condenado em maio a 18 meses de prisão por agredir sexualmente uma adolescente de 15 anos.
O governo de Boris Johnson também foi abalado pelo escândalo das festas celebradas em Downing Street, apesar das restrições determinadas pelo governo durante a pandemia.