Os deputados britânicos aprovaram nesta quinta-feira (21) por consenso que uma comissão parlamentar investigue se o primeiro-ministro conservador Boris Johnson mentiu para a Câmara no âmbito do "partygate", o escândalo sobre as várias festas organizadas em Downing Street durante os confinamentos da pandemia.
Em uma Câmara dos Comuns com a ausência de muitos deputados da maioria conservadora, os legisladores aprovaram, sem a necessidade de votação, uma moção apresentada pela oposição para a abertura de uma investigação.
Entenda
Johnson, sua esposa Carrie e seu ministro das Finanças, Rishi Sunak - segundo mais alto cargo do governo - foram multados há duas semana com 50 libras (65 dólares, 60 euros) por uma festa de aniversário celebrada em 19 de junho de 2020 com dezenas de pessoas na sala do Conselho de Ministros, quando as reuniões sociais estavam proibidas.
Estas são três das cinquenta sanções que a polícia de Londres impôs até agora pelo que é conhecido como "partygate", o escândalo das festas ilegais organizadas em estabelecimentos do governo durante os confinamentos de 2020 e 2021, que no início do ano colocaram em risco a permanência de Johnson no poder.
A investigação, que abrange uma dezena de eventos, desde festas de Natal a festas de despedida, continua aberta. O primeiro-ministro, cuja presença foi notada em outros eventos, pode ser multado novamente.
O líder conservador, de 57 anos, tornou-se assim o primeiro chefe de governo em exercício a ser punido por violar a lei. Imediatamente pediu "desculpas completas" diante das câmeras de televisão, afirmando que "entende a raiva" dos britânicos, privados naquele momento de se encontrar com seus familiares.