Os Estados Unidos escreveram novamente uma página memorável em sua história nesta quinta-feira (30), quando Ketanji Brown Jackson foi empossada como a primeira mulher negra a servir na Suprema Corte.
A nomeação desta mulher de 51 anos pelo presidente democrata Joe Biden significa que os homens brancos não são mais maioria absoluta na mais alta corte do país pela primeira vez em 233 anos.
Embora sua confirmação seja um marco, isso não mudará a maioria conservadora de seis magistrados contra três de tom progressista na Corte, formada durante o governo do magnata republicano Donald Trump (2017-2021).
A Corte vem sendo duramente criticada por suas últimas decisões, que ampliam o direito dos civis de portar armas, eliminam o direito federal ao aborto e limitam o poder do governo de conter os gases de efeito estufa.
O "juramento histórico" de Jackson "representa um enorme passo à frente para nossa nação, para todas as jovens negras que agora se veem refletidas em nosso mais alto tribunal, e para todos nós como americanos", manifestou-se Biden em nota divulgada nesta quinta. "A Suprema Corte acaba de ganhar uma colega com intelecto de classe mundial, o temperamento digno que o povo americano espera de um juiz e as credenciais mais fortes imagináveis", acrescentou.
No mesmo tom, Nancy Pelosi, líder da bancada democrata na Câmara de Representantes (baixa) do Congresso americano, manifestou-se também por meio de um comunicado.
"Enquanto a juíza Ketanji Brown Jackson toma seu assento na Suprema Corte, nossa nação dá um passo histórico em direção à realização de nossos mais altos ideais", declarou Nancy Pelosi. "Em meio ao ataque cruel deste tribunal à saúde, liberdade e segurança dos americanos, ela será uma força muito necessária para a igualdade de justiça para todos", disse ela.
Jackson assume o cargo conquistando o apoio de três republicanos do Senado durante um processo de confirmação extenuante, dando a Biden uma aprovação bipartidária de 53 a 47 para sua primeira candidata à Suprema Corte.
A nomeação apresenta uma oportunidade para o governo Biden se recuperar de uma série de más notícias nos últimos meses, com as pesquisas apontando uma aprovação abaixo de 40% em meio à inflação descontrolada às vésperas da eleição de meio de mandato em novembro.
Também permitiu que Biden mostrasse aos eleitores negros, que salvaram sua cambaleante campanha nas primárias de 2020, que podem contar com ele.