O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou novamente "congelar" a adesão da Suécia e da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) caso as condições impostas pela Turquia não forem respeitadas.
Em junho, durante uma cúpula da Otan realizada em Madri, Erdogan pediu aos dois países que "fizessem sua parte" na luta contra o terrorismo e acusou-os de fornecer refúgio a ativistas curdos, que Ancara considera "terroristas". Também ameaçou não cumprir o acordo de ampliação da Aliança Atlântica.
— Adotamos uma postura extremamente clara sobre a nova ampliação da Otan (...) Quero reiterar mais uma vez que congelaremos o processo se estes países não derem os passos necessários para cumprir nossas condições — declarou Erdogan após uma reunião do governo na segunda-feira (18).
— Notamos especialmente que a Suécia não dá uma boa imagem sobre esta questão — completou.
Questionado sobre as declarações de Erdogan, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, limitou-se a lembrar que a Turquia deu aval durante a cúpula da Otan realizada na Espanha, no final de junho, para a adesão dos dois países nórdicos.
— Turquia, Finlândia e Suécia assinaram um memorando de entendimento trilateral em Madri para colocar em prática esse processo — afirmou Price aos jornalistas.
— Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com esses três países para garantir que este processo de adesão e ratificação - aqui e em todo o mundo - seja o mais rápido e eficiente possível — acrescentou.
Erdogan viajou a Teerã para conversas nesta terça-feira (19) com o presidente russo, Vladimir Putin, e o iraniano, Ebrahim Raisi, de quem ele espera obter luz verde para uma intervenção armada no noroeste da Síria.