O procurador de El Salvador, Rodolfo Delgado, anunciou nesta sexta-feira (15) que 46.000 membros de gangues foram presos, no marco da "guerra" declarada há 110 dias pelo presidente Nayib Bukele.
Em 908 pedidos perante os tribunais, "foram apresentadas acusações contra 41.106 pessoas por pertencerem a essas organizações criminosas (gangues)", disse Delgado ao canal de televisão estatal 10.
O Ministério Público ainda tem de apresentar à Justiça o requerimento contra mais 5.000 detidos "para um total de 46.000 pessoas que, de alguma maneira, as diligências iniciais indicam que estão associadas com as gangues", acrescentou.
Em resposta a uma escalada de 87 assassinatos cometidos entre 25 e 27 de março, o Congresso, a pedido de Bukele, decretou em 27 de março um regime de exceção que permite detenções sem mandado judicial. A medida foi prorrogada até o final de julho.
Organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch pediram ao governo salvadorenho que respeite os direitos humanos.
As gangues MS-13 e Barrio 18 são as que mais cometem crimes em El Salvador. Mesmo antes da ofensiva do governo, cerca de 16.000 de seus membros estavam presos.
Com as detenções feitas em 110 dias do regime de exceção, 62 mil integrantes de gangues estariam atrás das grades, o correspondente a 88,5% dos 70 mil que fariam parte destes grupos.
* AFP