A violência após o golpe em Mianmar fez com que o número de deslocados ultrapassasse um milhão, disse a ONU, alertando para as condições de vida "terríveis" com a chegada das monções e a continuação dos combates.
Quase 700.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas desde a queda do governo de Aung San Suu Kyi no ano passado, informou nesta terça-feira (1º) o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Milícias civis lutam contra o golpe em todo o país e a junta militar respondeu com uma ofensiva que, segundo as ONGs, destruiu cidades inteiras, levou a execuções extrajudiciais em massa e a ataques aéreos contra civis.
Antes do golpe, já havia quase 346.000 pessoas deslocadas, entre elas as afetadas por longos conflitos com grupos rebeldes na fronteira com Tailânda e China e os muçulmanos rohingyas, obrigados a abandonar suas casas durante uma repressão brutal em 2017.
Cerca de 12.000 propriedades civis foram queimadas ou destruídas desde o golpe, segundo a OCHA, e as chuvas de monção ameaçam aumentar a miséria para os que vivem nos acampamentos de deslocados.
Mais de 300.000 dos deslocados desde o golpe vieram da região noroeste de Sagaing, onde os combatentes enfrentam regularmente as forças da junta, acrescentou a organização. Desde o golpe, mais de 1.800 pessoas morreram e mais de 13.000 foram detidas na repressão da junta, segundo uma ONG local.
* AFP