Os Estados Unidos devem se juntar a outros países na proibição de importações de ouro russo, ampliando um regime de sanções contra Moscou. A informação foi fornecida por uma autoridade dos EUA ao The Wall Street Journal, que ainda afirmou que o anúncio da proibição ocorrerá na cúpula internacional do Grupo dos Sete (G7), que está marcada para começar neste domingo (26).
A medida faz parte do esforço para punir a Rússia por sua invasão da Ucrânia, disse o funcionário, observando que o ouro é uma importante commodity de exportação russa, depois da energia.
— Os EUA reuniram o mundo ao impor custos econômicos rápidos e significativos à Rússia para negar a Putin a receita necessária para financiar sua guerra — disse o funcionário.
O conflito na Ucrânia será o foco da cúpula de três dias na Alemanha. A Rússia foi prejudicada economicamente por várias sanções, mas ainda vende energia para China, Índia e outros países que não aplicaram sanções. Acredita-se que os preços mais altos das commodities ajudaram a Rússia a compensar parte do aperto econômico provocado pelas sanções.
Ucrânia pede mais armas após bombardeio em Kiev
O governo ucraniano exigiu neste domingo aos países do G7 reunidos em uma cúpula na Alemanha mais armas e sanções contra Moscou, após os novos ataques russos em um bairro próximo ao centro da capital Kiev.
"A cúpula do G7 deve responder com mais sanções contra a Rússia e mais armas pesadas para a Ucrânia", pediu no Twitter o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba.
A Rússia bombardeou um bairro residencial em Kiev, capital da Ucrânia, neste domingo, deixando pelo menos quatro feridos. "Uma menina de 7 anos dormia pacificamente em Kiev até que um míssil de cruzeiro russo explodiu seu prédio", lamentou o ministro das Relações Exteriores ucraniano.
A capital ucraniana não registrava ataques russos desde o início de junho e, segundo jornalistas da AFP presentes no local, um incêndio ocorreu nos três últimos andares do prédio.
O prefeito da capital ucraniana, Vitaly Klitschko, denunciou que o ataque foi uma forma de "intimidar os ucranianos (...) dada a proximidade da cúpula da Otan", que acontece a partir de terça-feira em Madri.
"É extremamente importante que nas cúpulas desta semana, o G7 e a Otan demonstrem que seu compromisso com a defesa da Ucrânia nunca será mais fraco do que o desejo de Putin de tomá-la", disse Kuleba em um artigo de opinião escrito em conjunto com sua colega britânica Liz Truss.
O ministro mais uma vez pediu mais armas pesadas e o endurecimento das sanções contra "todos que contribuem para a guerra de Putin". Ele também pediu a suspensão das importações de energia russa.