A taxa de desnutrição disparou no sul e leste da Etiópia devido à seca, e mais de 185.000 crianças estão gravemente afetadas, anunciou a ONG Save the Children nesta quinta-feira (16).
Depois de quatro temporadas consecutivas sem chuva suficiente no Chifre da África, às vésperas de um quinto ciclo que se anuncia seco, esta região sofre a pior seca em 40 anos e uma grande crise alimentar está se formando no Quênia, Somália e Etiópia.
Mais de um milhão de pessoas precisam urgentemente de assistência nutricional nas regiões etíopes da Somali, Oromia, SNNP e no Sudoeste, explicou a ONG em comunicado.
A organização estima que existam 185.000 crianças sofrendo da forma mais mortal de desnutrição.
"As crianças - especialmente as mais jovens - estão sofrendo o peso de uma crise horrenda e multicausal na Etiópia", disse o diretor da ONG para o país, Xavier Joubert.
"Uma seca prolongada, crescente e debilitante está minando sua capacidade de recuperação, já sobrecarregada por um conflito extenuante e dois anos de pandemia de covid-19", acrescentou.
Na região Somali, uma das mais afetadas e onde quase não chove há 18 meses, a taxa de desnutrição aumentou 64% no ano passado, disse a Save The Children.
Esta seca afeta cerca de 8,1 milhões de pessoas na Etiópia, o segundo país mais populoso da África, que também sofre um conflito armado há 19 meses no norte do país.
A Save the Children estima que cerca de 30 milhões de pessoas, o equivalente a um quarto da população, precisam de assistência humanitária.
Somado a essas duras condições climáticas há o conflito na Ucrânia, que aumentou o preço do combustível e dos alimentos.
* AFP