O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, afirmou que Moscou está perto de controlar totalmente a região separatista de Lugansk, no leste da Ucrânia, e que mais de 1.900 soldados que estavam entrincheirados na siderúrgica Azovstal de Mariupol se renderam.
"A libertação da República Popular de Lugansk está perto de ser concluída", declarou Shoigu durante uma reunião com funcionários do ministério e do exército, de acordo com agências de notícias russas.
Pouco antes do início da ofensiva na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, o governo russo reconheceu a independência das regiões ucranianas separatistas de Donetsk e Lugansk, que estavam parcialmente controladas por dirigentes pró-Kremlin desde 2014.
Na região de Lugansk, as tropas russas cercam Severodonetsk e Lysychansk, duas cidades separadas por um rio, que constituem o último reduto de resistência ucraniana.
Além disso, Shoigu afirmou que 1.908 soldados ucranianos, que permaneceram entrincheirados por semanas na siderúrgica Azovstal de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, se renderam desde segunda-feira.
"Os nacionalistas bloqueados na fábrica começaram a se render. Até o momento, 1.908 pessoas entregaram as armas", declarou.
Estes militares passaram semanas entrincheirados nas galerias subterrâneas do complexo siderúrgico Azovstal e viraram um símbolo da resistência à ofensiva russa.
A Ucrânia deseja organizar uma troca de prisioneiros de guerra, mas a Rússia já afirmou diversas vezes que considera os combatentes - ou ao menos parte deles - neonazistas e não soldados.
Na mesma reunião, o ministro da Defesa afirmou que a Rússia criará novas bases militares no oeste de seu território como resposta à expansão da Otan.
"Ate o fim do ano serão estabelecidas 12 unidades e divisões militares no Distrito Militar Oeste", afirmou Shoigu.
O exército espera receber mais de 2.000 unidades de equipamento militar e armas, acrescentou Shoigu.
A campanha militar da Rússia na Ucrânia, determinada pelo presidente Vladimir Putin em 24 de fevereiro, mudou a postura de Suécia e Finlândia, que após décadas de não alinhamento decidiram solicitar a adesão à Otan, apesar das advertências do Kremlin.
* AFP