O primeiro museu LGBT+ do Reino Unido abriu esta semana em Londres com o objetivo de celebrar a história e a cultura "queer" e torná-la conhecida por "todos".
Instalado em um prédio de tijolos do século 19 em Granary Square, norte de Londres, o Queer Britain - financiado inteiramente por doações privadas - abriu suas portas na quinta-feira (5).
Uma grande exposição de fotografias, obras de arte e roupas está planejada para o verão, mas os visitantes já podem encontrar imagens que exploram a história e a diversidade da comunidade britânica LGBT+, de travestis da era vitoriana a marchas do orgulho gay nos últimos anos.
Os pioneiros incluem Roberta Cowell, piloto de corridas e a primeira mulher trans britânica conhecida a passar por uma cirurgia de mudança de sexo, e Justin Fashanu, o primeiro jogador de futebol a se assumir publicamente como gay em 1990.
— (Este museu) é um lugar permanente para celebrar quem somos, as incríveis contribuições que fizemos à história e educar a nação para que também conheça essas contribuições — disse à AFP Stephanie Stevens, uma das gerentes do museu.
Elisha Pearce, uma jovem de 21 anos, aprecia uma foto de soldados da Primeira Guerra Mundial vestidos como mulheres e admite:
— Não imaginava que esse tipo de foto existisse. É importante que entendamos como nossa história evoluiu e como chegamos onde estamos hoje.
As fotografias em exibição também mostram até onde chegou, por exemplo, a aceitação do gays em cargos eleitos.
Em 1977, o Partido Trabalhista recusou-se a investir em Maureen Colquhoun, a primeira deputada trabalhista abertamente lésbica. A decisão foi revertida um ano depois pela liderança do partido.
Décadas depois, Ruth Davidson, uma política abertamente gay, tornou-se uma líder popular dos conservadores escoceses até sua saída em 2019.
Além disso, o deputado conservador Jamie Wallis, que se assumiu abertamente transgênero em março deste ano, recebeu mensagens de apoio de todo o espectro político, incluindo o primeiro-ministro Boris Johnson.
A homossexualidade deixou de ser crime na Inglaterra e no País de Gales em 1967. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido desde 2014 na Inglaterra, Escócia e País de Gales, mas apenas desde 2020 na Irlanda do Norte, onde os unionistas ultraconservadores no poder se opuseram ferozmente.
No entanto, a comunidade LGBT+ ainda tem várias batalhas pendentes. No mês passado, precisou se mobilizar quando o governo britânico quis retirar uma proibição a terapias de conversão com o objetivo de mudar a orientação sexual.