A China lançou uma ampla iniciativa para reforçar suas relações de livre comércio e cooperação de segurança com os países do Pacífico Sul, de acordo com documentos obtidos pela AFP nesta quarta-feira.
Esses documentos mencionam um esboço de acordo e um plano de cinco anos, que serão discutidos durante a visita do chanceler chinês Wang Yi a oito países da região a partir de quinta-feira.
O acordo ofereceria a 10 pequenos Estados insulares milhões de dólares em assistência chinesa, a perspectiva de um acordo de livre comércio entre a China e as ilhas do Pacífico e acesso ao enorme mercado chinês.
Em troca, a China treinaria a polícia local, se envolveria na segurança cibernética local, expandiria os laços políticos, faria mapas marinhos sensíveis e obteria maior acesso aos recursos naturais locais.
Essa "visão abrangente de desenvolvimento" deve ser aprovada quando Wang se reunir com os ministros das Relações Exteriores regionais em 30 de maio em Fiji.
Mas os documentos já geraram alarme na região.
Em carta aos líderes do Pacífico, o presidente dos Estados Federados da Micronésia, David Panuelo, alertou que o acordo parece "atraente" à primeira vista, mas permitiria à China "ganhar acesso e controle de nossa região".
Panuela, que chamou as propostas de desonestas, disse que elas "garantiriam influência chinesa no governo", o "controle econômico" chinês de indústrias-chave e permitiriam a "vigilância em massa" de telefonemas e e-mails locais.
Tanto a China quanto os Estados Unidos estão disputando influência na região do Pacífico Sul.
* AFP