O Brasil e a Guiana assentaram, nesta sexta-feira (6), as bases para ampliar a cooperação energética, durante uma visita do presidente Jair Bolsonaro a Georgetown, na qual foram firmados acordos em áreas como infraestrutura e justiça.
"Na questão de óleo e gás, temos uma gigante brasileira chamada Petrobras, que cada vez mais se torna uma realidade para cooperar com a Guiana. Torcemos para tal", disse Bolsonaro após um encontro com seu colega guianês, Irfaan Ali.
A Guiana surgiu como um dos principais países em produção de petróleo de baixo custo e se prepara para licitar blocos petrolíferos em seu litoral até o fim do ano, nos quais a companhia americana ExxonMobil deve ter papel protagonista.
A ExxonMobil anunciou em abril as descobertas três novos poços, que elevaram a estimativa de reservas para 11 bilhões de barris de petróleo, desde que começaram as explorações em 2015.
"A Guiana tem um grande futuro pela frente, em especial pelo seu potencial de óleo e gás", insistiu Bolsonaro.
As descobertas de novos poços de petróleo acirraram a disputa fronteiriça entre Guiana e Venezuela, que reivindica atividades de exploração em águas disputadas entre os dois países.
Ali, por sua vez, destacou um projeto para criar um corredor energético entre ambos os países junto ao Suriname.
"Discutimos o trabalho conjunto em uma estratégia de gás natural e como isso pode se inserir no desenvolvimento do Brasil e como podemos coordenar e cooperar nessa área", assinalou o presidente guianês.
Ambos estabeleceram que o Brasil proporcionará equipamentos e programas de computador para ajudar na coleta de informação para segurança nacional e defesa, assim como projetos para a construção de um porto de águas profundas, conexões por rodovia e ferrovia, o desenvolvimento de energia hidrelétrica, conectividade de fibra ótica, e também projetos agrícolas.
Além disso, os dois chefes de Estado assinaram acordos de cooperação legal em questões civis e penais, dos quais não foram divulgados detalhes.
Uma viagem de Bolsonaro à Guiana foi cancelada no último minuto em janeiro, depois que o presidente do Brasil, em uma primeira escala em Paramaribo, teve que cancelar seu giro pela região por causa da morte de sua mãe.
* AFP