A Justiça ucraniana afirma que identificou mais de 8 mil crimes de guerra cometidos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, informou nesta quinta-feira (28) a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova.
— Agora temos mais de 8 mil casos — disse ela em entrevista à rede alemã Deutsche Welle. — Na verdade, são 8,6 mil casos relacionados apenas a crimes de guerra e mais de 4 mil casos relacionados a crimes de guerra — disse Venediktova.
Esses supostos crimes incluem "assassinatos de civis, bombardeios de infraestruturas civis, torturas" e "crimes sexuais" relatados no "território ocupado da Ucrânia", segundo a magistrada.
Os promotores também estão investigando "o uso de armas proibidas", acrescentou. As investigações são, segundo ela, realizadas por "mais de 8 mil" pessoas no território ucraniano.
— Criamos uma equipe de investigação conjunta na plataforma Eurojust (a agência europeia de cooperação judiciária). Quatorze outros Estados abriram os seus próprios processos criminais relacionados com a agressão da Federação Russa — salientou a procuradora.
Os investigadores não podem, no entanto, ir a várias áreas do leste da Ucrânia, como Mariupol, Donetsk e Lugansk.
— Não temos acesso a esses territórios, mas podemos fazer nosso trabalho. Podemos questionar as pessoas que foram evacuadas desses territórios. Os investigadores também estão usando conexões de rádio e de áudio dos ocupantes para identificar possíveis casos — concluiu Venediktova.
Dez soldados russos foram assim indiciados nesta quinta-feira por supostos crimes de guerra cometidos em Bucha e serão procurados, anunciou a Procuradoria-Geral da Ucrânia em sua conta no Telegram.
Os ucranianos acusam os russos de crimes de guerra nesta cidade, perto de Kiev, mas Moscou nega qualquer responsabilidade e fala de corpos "encenados" pelas autoridades ucranianas.