O ex-primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, e seu ministro do Interior, Robert Kalinak, foram acusados nesta quarta-feira (20), de criar um grupo de crime organizado, segundo informou o porta-voz de seu partido.
Fico e Kalinak foram obrigados a renunciar em 2018 depois que o assassinato de um jornalista investigativo revelou uma rede de corrupção de alto nível e desencadeou uma onda de indignação contra o governo.
Seu partido populista de esquerda Smer-SD perdeu as eleições antecipadas posteriormente.
"Robert Fico e Robert Kalinak foram acusados de criar um grupo do crime organizado, seja lá o que isso signifique", disse o porta-voz do partido, Jan Mazgut, à AFP.
Veículos da imprensa local afirmam que o grupo em questão era formado por altos cargos da polícia, incluindo o ex-chefe de polícia, que supostamente protegiam seus aliados políticos e investigavam pessoas que o Smer-SD considerava contrárias a seus interesses.
Fico negou as acusações e disse que se trata de uma "vingança política".
A polícia confirmou a acusação dos dois políticos, mas se recusou a divulgar mais informações ou a confirmar que Kalinak foi detido, como afirmam os veículos de comunicação locais.
Fico, que também é deputado, não pode ser preso sem o aval de seus pares.
"Ainda não recebemos um pedido oficial da polícia", disse à AFP o vice-presidente do Parlamento, Gabor Grendel.
Se forem declarados culpados, enfrentarão até 10 anos de prisão.
Fico e Kalinak foram destituídos em março de 2018 após uma onda de protestos contra o governo, um mês depois que o repórter investigativo Jan Kuciak e sua noiva foram assassinados a tiros em casa.
Kuciak estava investigando as ligações obscuras entre empresários, políticos e outros altos funcionários.
O empresário bilionário Marian Kocner foi acusado de ordenar o assassinato. Ele foi absolvido, mas o Supremo Tribunal anulou a sentença no ano passado e pediu um novo julgamento.
* AFP