A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira (6) uma série de novas sanções contra a Rússia, em esforço coordenado com aliados da União Europeia (UE) e G-7 para punir Moscou pela ofensiva em andamento na Ucrânia. Segundo comunicado, as medidas buscam impor custos às "atrocidades" cometidas pelo Kremlin, incluindo possíveis assassinatos de civis nos arredores de Kiev.
Entre as ações, os Estados Unidos bloquearão ativos da maior instituição financeira russa, o Sberbank, que detém um terço dos ativos bancários da Rússia, e do maior banco privado do país, o Alfa Bank. Os dois bancos estão proibidos de realizar transações que passem pelo sistema financeiro americano, segundo um alto funcionário dos EUA. Os americanos também estão proibidos de investir na Rússia, disse a autoridade, inclusive por meio de capital de risco ou fusões. A lista de companhias do Estado alvos das sanções será divulgada pelo Departamento do Tesouro na quinta-feira (7).
Os Estados Unidos também determinaram sanções às filhas adultas do presidente russo, Vladimir Putin, à esposa e à filha do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e membros do conselho de segurança da Rússia, afirmou uma fonte da Casa Branca à Reuters. As sanções cortam do sistema financeiro dos EUA e congelam quaisquer bens que detenham nos Estados Unidos.
Separadamente, o Departamento do Tesouro decidiu nesta terça-feira (5) bloquear quaisquer pagamentos da dívida do governo russo com dólares americanos de contas em instituições financeiras dos EUA, dificultando o cumprimento de suas obrigações financeiras pela Rússia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou o pacote de sanções de "devastador". "Deixei claro que a Rússia pagaria um preço severo e imediato por suas atrocidades em Bucha", disse Biden no Twitter.
O objetivo dos EUA é "aumentar dramaticamente" o choque financeiro sobre a Rússia ao cortar os maiores bancos do país. Os russos podem ser forçados a voltar aos padrões de vida ao estilo soviético da década de 1980, avaliou a autoridade norte-americana.
O Departamento de Justiça dos EUA também anunciou nesta quarta-feira novas ações de fiscalização para interromper e processar atividades criminosas russas. O oligarca Konstantin Malofeiev e uma rede alternativa de internet, controlada por uma agência militar russa, foram os alvos. Malofeiev teria financiado ações que promovem o separatismo na Crimeia, disse a Justiça norte-americana.
As novas sanções são motivadas pela descoberta de 400 civis mortos na cidade de Bucha, próxima a Kiev, após a saída das tropas russas. Muitos corpos estavam amarrados ou jogados em poços, com sinais de execução, e gerou uma indignação internacional. Nesta terça-feira, o presidente Volodmir Zelenski pediu que os russos fossem julgados no Tribunal Internacional Penal de forma semelhante aos nazistas no Tribunal de Nuremberg.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que os assassinatos fazem parte de uma campanha russa deliberada para cometer atrocidades. A Rússia, que diz ter lançado uma "operação militar especial" na Ucrânia no dia 24 de fevereiro, nega ter como alvo civis e disse que as imagens das mortes foram uma "falsificação monstruosa" encenada pelo Ocidente. Nenhum deles forneceu evidências para apoiar as afirmações.
O Reino Unido e a União Europeia também devem tomar medidas adicionais, incluindo a proibição de novos investimentos na Rússia e um embargo da UE ao carvão.
Com agências internacionais