Nesta quinta-feira (3), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse acreditar que alguns líderes estrangeiros estavam se preparando para uma guerra contra o país e reforçou que Moscou continuará com sua operação militar na Ucrânia até "o fim". No entanto, segundo ele, a Rússia não tem pensamentos sobre uma guerra nuclear.
De acordo com o chanceler, o Ocidente está ciente das preocupações da Rússia e terá que enfrentá-las em algum momento. Para ele, Moscou viu as sanções ocidentais como um "imposto sobre a independência".
A Rússia não se sente politicamente isolada, e a questão de como a Ucrânia vive deveria ser definida por seu povo, alegou Lavrov em entrevista à televisão estatal. Ele ressaltou não ter dúvida de que uma solução para a crise será encontrada.
Para Lavrov, o diálogo da Rússia com o Ocidente deve ser baseado no respeito mútuo. Ele acusou a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de procurar manter a supremacia e afirmou que, embora a Rússia tenha muita boa vontade, não pode deixar ninguém minar seus interesses
A operação militar contra a Ucrânia tem como objetivo, entre outras coisas, garantir que Kiev não entre para a Otan, reafirmou. Ainda segundo ele, Moscou também não pode tolerar o que considera ameaça militar da Ucrânia, e Lavrov acrescentou que está convencido de que a Rússia estava certa sobre o país.
Sem oferecer nenhuma evidência para apoiar suas observações, Lavrov acusou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um judeu étnico, de presidir uma "sociedade onde o nazismo está florescendo", informou a Agência Brasil.
As autoridades ucranianas acusaram as forças russas de atingir áreas civis, mas o ministro disse que as tropas russas tinham ordens estritas para usar armas de alta precisão e destruir a infraestrutura militar — e acrescentou que o termo "danos colaterais" tem sido usado desde as campanhas ocidentais no Iraque e na Líbia.