A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou nesta quarta-feira (9) que a ofensiva russa na Ucrânia não tem como objetivo derrubar o governo do presidente Volodimir Zelensky. As informações são da Folha de S. Paulo.
A guerra iniciada na madrugada de 24 de fevereiro pelo presidente Vladimir Putin tem o objetivo declarado de "desnazificar" a Ucrânia, segundo disse o próprio líder russo. O Kremelin acusa a gestão de Zelensky de ter supostas associações com grupos neonazistas. O presidente ucraniano vem afirmando ser o "alvo número um" russo e que pode ser morto a qualquer momento.
Na última segunda-feira (7), o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, disse à agência de notícias Reuters que entre as condições para o fim da guerra não está a incluída a queda de Zelensky.
Segundo Peskov, a operação almeja que a Ucrânia se renda militarmente e mude sua Constituição para garantir que nunca irá integrar a Otan ou a União Europeia; que reconheça a Crimeia anexada em 2014 como russa, e as regiões separatistas do Donbass, no Leste, como independentes.
O porta-voz das Relações Exteriores da Rússia defendeu nesta quarta-feira que a guerra tem saído conforme o planejado. Ela afirmou também que a Rússia nunca ameaçou a Otan, mas que o país deve reagir aos "movimentos de confronto" da aliança.
Entre denúncias contra países ocidentais, que fecharam o cerco contra Moscou, Maria Zakharova ainda acusou os EUA de financiarem laboratórios na Ucrânia para desenvolver "componentes de armas biológicas", nos quais haveria amostras de cólera e antrax, entre outros elementos letais.
O Pentágono nega a acusação e afirma que "essa desinformação russa absurda é patentemente falsa".