O presidente da França Emmanuel Macron discursou em rede nacional nesta quarta-feira (2) e falou que o país não está em guerra contra a Rússia. O líder francês frisou que está ao lado de todos os russos que rejeitam que a guerra seja travada, em alusão ao conflito na Ucrânia.
— Nós sabemos de tudo o que nos liga a esse grande povo europeu e ao povo russo, que tanto se sacrificou durante a Segunda Guerra Mundial para salvar a Europa do abismo — disse.
Em seu discurso, Macron pediu "decisões históricas" para que a França e a Europa se tornem mais independentes no setor energético e para assegurar sua defesa, após a invasão russa da Ucrânia. Para o líder francês, a Europa deve aceitar pagar o preço da paz, da liberdade, da democracia e investir mais para depender menos dos outros continentes.
Macron prometeu que decisões fortes seriam tomadas pelos 27 membros da União Europeia (UE) durante uma cúpula do bloco prevista para 10 e 11 de março em Versalhes.
— Eu defenderei uma estratégia de independência energética europeia, pois nós não podemos mais depender dos outros e sobretudo do gás russo para nos deslocar ou nos aquecer, fazer nossas fábricas funcionarem — afirmou.
Ele também ressaltou que a defesa europeia deve passar por uma nova etapa para não mais depender dos outros para se defender. Macron voltou a dizer que está disposto a dialogar com o presidente russo:
— Eu escolhi manter contato, enquanto eu puder e for necessário, com o presidente Putin para buscar sem descanso convencê-lo a renunciar às armas.
Macron preveniu, ainda, que o conflito pesaria na economia francesa, principalmente na agricultura, na indústria e em vários setores econômicos.
— Nosso crescimento será inevitavelmente afetado pelo aumento do preço do petróleo, do gás, das matérias-primas e haverá consequências para nosso poder de compra.
Sem evocar sua candidatura às eleições presidenciais de abril, Macron destacou brevemente que esta guerra também veio "atropelar nossa vida democrática" e a campanha eleitoral, que começa oficialmente no fim desta semana.
O presidente, em fim de mandato, é franco favorito, segundo as pesquisas de opinião, frente à candidata da extrema direita Marine Le Pen. Ele tenta equilibrar sua gestão em meio à guerra russo-ucraniana e sob a pressão da data limite para a apresentação oficial de candidaturas, que vence na próxima sexta-feira (4).