A prefeitura de Mariupol, cidade cercada no sudeste da Ucrânia, denunciou nesta quarta-feira (30) que funcionários e pacientes de uma maternidade foram levadas à força para a Rússia. Outra maternidade da localidade foi bombardeada pelas tropas inimigas em 9 de março.
"Mais de 70 pessoas - mulheres e profissionais de saúde - foram levadas à força pelos ocupantes", afirmou a prefeitura no Telegram.
Mais de 20 mil habitantes de Mariupol foram levados "contra sua vontade" para a Rússia, de acordo com a prefeitura, segundo a qual os russos confiscaram documentos e direcionaram as pessoas para "cidades russas afastadas".
Não foi possível confirmar a informação com fontes independentes, pois Mariupol está cercada desde o fim de fevereiro e as comunicações foram interrompidas.
Outra maternidade e um hospital infantil de Mariupol foram atingidos por bombardeios em 9 de março, o que que provocou indignação internacional. Ao menos três pessoas, incluindo uma criança, morreram no ataque.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, justificou o bombardeio ao alegar que o edifício da maternidade servia de base para um batalhão nacionalista ucraniano. O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, declarou na terça-feira que os ataques russos contra Mariupol eram "um crime contra a humanidade".
Quase 160 mil civis permanecem bloqueados na cercada Mariupol e enfrentam uma "catástrofe humanitária": as pessoas vivem em refúgios sem energia elétrica e escassez de alimentos e água, de acordo com os depoimentos ouvidos pela AFP daqueles que conseguiram fugir da cidade.