As Forças Armadas ucranianas anunciaram um plano de mobilização de reservistas, a partir desta quarta-feira (23), em um momento de escalada militar com a Rússia. A ação envolve os reservistas de 18 a 60 anos, por um prazo máximo de um ano, afirmou o exército local.
A Ucrânia tem quase 200 mil reservistas e 250 mil militares na ativa. O presidente do país, Volodymyr Zelensky, contudo, descartou na terça-feira (22) uma "mobilização geral" das Forças Armadas.
Ao mesmo tempo, o ministério ucraniano das Relações Exteriores pediu a seus cidadãos que deixem a Rússia rapidamente. "O ministério recomenda aos cidadãos ucranianos que não viajem para a Rússia e aos que já estão na Rússia que saiam imediatamente do território", afirma um comunicado.
Quase 3 milhões de ucranianos vivem na Rússia, de acordo com cálculos das autoridades de Kiev.
Na segunda-feira (21), o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto reconhecendo a independência de Donetsk e Luhansk, territórios separatistas pró-Rússia na Ucrânia (veja o mapa). Ele também anunciou o envio de tropas às regiões.
Putin afirmou nesta quarta-feira que está disposto a buscar "soluções diplomáticas" para a atual crise com a Ucrânia e o Ocidente, mas insistiu que os interesses e a segurança de seu país não são negociáveis.
— Nosso país está sempre aberto a um diálogo direto e honesto para encontrar soluções diplomáticas aos problemas mais complexos. Porém, os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são negociáveis para nós — declarou Putin em um discurso exibido na televisão por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.