A invasão da Rússia à Ucrânia levou a uma série de sanções internacionais contra Moscou, principalmente por parte dos países ocidentais.
Nesta sexta-feira (25), as retaliações foram ampliadas e focaram também na figura do presidente russo, Vladimir Putin.
Veja as principais sanções anunciadas:
União Europeia
A União Europeia (UE) decidiu nesta sexta-feira (25) impôr o congelamento de ativos de Vladimir Putin e de seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, pela ofensiva militar russa na Ucrânia.
Os líderes da UE haviam aprovado politicamente um pacote de sanções à Rússia na quinta-feira (24) e nesta sexta os chanceleres europeus concordaram que Putin e Lavrov sejam incluídos na lista de pessoas afetadas.
Com a definição dos detalhes das sanções, a UE limitará "significativamente a receita financeira da Rússia".
— Atingimos 70% do sistema bancário russo e empresas estatais — afirmou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Borrell ressaltou que as normas a serem aplicadas são as mesmas que para qualquer outra pessoa incluída na lista da UE:
— Ou seja, trata-se do congelamento de bens. Haverá todo um trabalho para identificar os bens a serem congelados — explicou.
O chefe da diplomacia acrescentou que no encontro discutiu a situação e a possível sanção de Putin e Lavrov com altos funcionários da China e da Índia, explicando a eles "que não se trata apenas da Ucrânia, mas do respeito às normas internacionais".
Além de Putin e Lavrov, Borrell disse que estão incluídos na medida "os membros restantes da Duma russa (câmara baixa do parlamento) que apoiam essa agressão".
Estados Unidos
O presidente dos EUA, Joe Biden, endureceu as medidas tomadas contra a Rússia nesta sexta-feira, acrescentando Putin e Lavrov à lista de autoridades punidas e proibidas de entrar no país, um ato incomum e com força simbólica.
Os Estados Unidos irão impôr sanções ao Russian Direct Investment Fund, fundo soberano de Moscou que busca atrair investimentos para a sua economia.
A primeira bateria de medidas afetava quatro bancos russos, entre eles os dois maiores do país (Sberbank e VTB Bank), e suprimia mais da metade das importações tecnológicas. Também proibiu a gigante de energia Gazprom e outras grandes empresas do país do financiamento em mercados ocidentais, medida que já havia sido aplicada contra o governo russo.
Os Estados Unidos também ampliaram a lista de oligarcas russos penalizados e limitaram as exportações para a Rússia de produtos tecnológicos destinados aos setores de defesa e aeronáutica. Além disso, Washington anunciou sanções contra 24 indivíduos e organizações bielorrussas, anunciou o Departamento do Tesouro.
Reino Unido
Londres também congelou os ativos de Putin e Lavrov e fechou seu espaço aéreo a aviões privados de oligarcas russos. Antes, o Reino Unido havia fechado seu espaço aéreo à empresa russa Aeroflot e imposto sanções contra bancos e exportações tecnológicas.
Além dos cinco bancos retaliados na terça-feira (22), o gigante VTB está na mira e teve seus ativos em solo britânico congelados, assim como a fabricante de armas Rostec.
Canadá
O primeiro-ministro Justin Trudeau anunciou sanções contra Vladimir Putin e Serguei Lavrov e também contra Belarus. No total, cerca de 60 pessoas ou entidades do círculo de poder russo, incluindo a empresa de segurança privada Wagner, serão punidas.
O Canadá também cancelou licenças de exportação para a Rússia no valor de US$ 550 milhões em mercadorias, principalmente dos setores aeroespacial, de tecnologia da informação e de mineração.
Ásia-Pacífico
A condenação nessa região foi menos unânime. A Índia, que tem relações estreitas com a Rússia, absteve-se de sanções, assim como a China, aliada de Moscou e que diverge de Washington.
Em acordo com seus parceiros do G7, o Japão anunciou nesta sexta-feira sanções adicionais contra Moscou pela invasão da Ucrânia, que afetam o setor financeiro russo e a exportação de componentes eletrônicos para a Rússia.
— As sanções incluem o congelamento de bens e a suspensão da emissão de vistos para indivíduos e organizações russas — declarou o primeiro-ministro Fumio Kishida em entrevista coletiva em Tóquio, após uma reunião virtual com líderes do G7.
Kishida também anunciou sanções "no setor financeiro, como o congelamento de ativos de instituições financeiras russas" e medidas "sobre exportações para organizações russas ligadas às forças armadas" e sobre "bens de uso geral, como semicondutores".
Taiwan também anunciou sua intenção de tomar medidas, mas não divulgou detalhes.
A Austrália reforçou neste sábado suas sanções contra a Rússia, visando oligarcas e membros do parlamento, e seu governo indicou que prepara medidas para punir diretamente Vladimir Putin, como fizeram seus aliados.
A ministra das Relações Exteriores, Marise Payne, anunciou à imprensa a imposição de sanções financeiras a oito oligarcas próximos a Putin e 339 parlamentares que facilitaram a invasão da Ucrânia.
Figuras-chave do governo de Belarus, um aliado de Moscou, também foram penalizadas, por "serem cúmplices na invasão", acrescentou. Segundo Payne, o governo também trabalha para tomar medidas contra Putin e seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.