Um ex-policial de Minneapolis acusado de violar os direitos civis de George Floyd depôs nesta terça-feira (15) para defender pela primeira vez sua inocência durante a abordagem violenta à vítima, cuja morte provocou protestos contra a discriminação racial nos Estados Unidos.
Tou Thao, 35 anos, é um dos três policiais (os demais são Alexander Kueng e Thomas Lane) em julgamento por sua passividade no assassinato de Floyd, um homem negro de 46 anos, e o primeiro a testemunhar publicamente sobre o que aconteceu em 25 de maio de 2020 naquela cidade do Estado de Minnesota.
Um quarto agente, Derek Chauvin, que se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd por quase 10 minutos até ele desmaiar e morrer, está cumprindo uma sentença de 22 anos de prisão após ser condenado por assassinato.
Enquanto Chauvin asfixiava Floyd, Thao tentava controlar os espectadores da cena, que diziam ao policial que se afastasse do homem negro, visivelmente em perigo.
— Eu estava controlando a multidão o tempo todo — disse Thao, que se intitulou "cone do tráfico humano" pelo papel que desempenhou na época.
Ele afirma ter dito aos espectadores, durante o procedimento, que os policiais "não estavam tentando machucar" Floyd, mas estavam "tentando contê-lo".
Thao achava que o homem negro estava sob a influência de drogas, mas "não tinha ideia" da gravidade de sua condição até que os bombeiros chegaram ao local.
— Eu acreditava que estávamos cuidando dele — justificou, referindo-se aos outros policiais envolvidos.
O advogado do acusado, que é descendente de asiáticos, mostrou imagens de técnicas de contenção ensinadas no treinamento policial. Thao admitiu que o uso do joelho como forma de retenção "não era incomum" nas abordagens a suspeitos.
— Fomos ensinados a fazer isso.
A cena foi gravada e postada nas redes sociais, provocando manifestações em massa contra o racismo e a brutalidade policial nos EUA e no mundo. A promotoria acusa Thao de "indiferença intencional" diante das necessidades médicas de Floyd, além de não ter agido para impedir o uso de "força irracional" de Chauvin contra a vítima. O julgamento dos policiais começará em 13 de junho. Todos se declararam inocentes.