Rebeldes da região do Tigré desmentiram nesta sexta-feira (10) terem saqueado reservas de alimentos na cidade de Kombolcha, no norte da Etiópia, um dia depois da denúncia do Programa Mundial de Alimentos (PMA).
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, anunciou na quinta que o PMA tinha suspenso a distribuição de alimentos após o "saque maciço dos armazéns em Kombolcha nos últimos dias, aparentemente por elementos dos rebeldes do Tigré e membros da população local".
Em um comunicado emitido na noite desta sexta-feira, a Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF) refutou as "acusações sem fundamento".
"Durante sua passagem por Kombolcha, em nenhum momento as forças do Tigré saquearam a ajuda dos que necessitam desesperadamente de uma ajuda de urgência", assegurou a TPLF.
Os rebeldes acusam "as agências da ONU, especialmente o PMA", de ter demorado na distribuição da ajuda humanitária.
Isto ocorre em meio a uma guerra que eclodiu em novembro de 2020 no norte da Etiópia e que ainda persiste, depois que o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou o exército para a região setentrional do Tigré para destituir as autoridades locais da TPLF, que desafiavam sua autoridade e que ele acusou de atacar bases militares.
Cerca de 9,4 milhões de pessoas estão "em situação crítica de assistência alimentar" na região do Tigré, Afar e Amhara, segundo a ONU.
* AFP