O social-democrata Olaf Scholz foi eleito nesta quarta-feira (8) chanceler da Alemanha no parlamento e sucederá Angela Merkel, que passou 16 anos no cargo de chefe de governo.
Scholz, de 63 anos, venceu a votação secreta com 395 votos de um total de 736 deputados. Ele vai liderar uma coalizão de governo formada por social-democratas, ecologistas e liberais.
Sem fazer muito barulho e inspirando-se no estilo sóbrio de Merkel, Scholz conseguiu se destacar apesar de ser pouco conhecido pelos próprios alemães. Não há qualquer biografia do novo chanceler, apesar de ter sido várias vezes ministro e também ex-prefeito de Hamburgo, a segunda maior cidade do país.
"Encarnação do tédio"
Sem fazer barulho e aproveitando os erros dos adversários, o homem que a revista Der Spiegel apresenta como "a encarnação do tédio na política" passou por todos os níveis da atividade pública desde os anos 1970.
Nascido em Osnabruck em 14 de junho de 1958, Olaf Scholz entrou para o Partido Social-Democrata (SPD) aos 17 anos. Então um jovem de cabelos compridos, flertava com as ideias mais à esquerda do partido. Ele se tornou advogado especialista em direito trabalhista e foi eleito deputado em 1998.
Como secretário-geral do SPD (2002-2004), Scholz teve que explicar todos os dias, diante das câmeras, as impopulares reformas liberais do então chanceler Gerhard Schröder. Alvo de piadas pelo comportamento austero e pelos discursos em tom de autômato, o agora novo chanceler admitiu que "não é uma descrição totalmente falsa". Mas acrescentou:
— Sempre me perguntaram as mesmas perguntas e dei as mesmas respostas.
Em 2007, ele foi nomeado ministro do Trabalho em uma grande coalizão governamental e, em 2011, se elegeu prefeito de Hamburgo. Lá, Scholz executou uma ambiciosa política de habitação e proteção à primeira infância, mesmo à custa de esgotar o orçamento da cidade.
Em 2018, substituiu como ministro das Finanças o democrata-cristão ortodoxo Wolfgang Schaüble. Na função, rompeu com o tom frequentemente rude e moralista do antecessor, especialmente aos países do sul da Europa considerados frágeis na economia.