A agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos autorizou, nesta quinta-feira (23), o comprimido contra covid-19 do laboratório Merck para adultos de alto risco. A liberação para o molnupiravir, remédio antiviral que pode ser tomado em casa, vem um dia depois que a agência aprovou o comprimido similar da Pfizer (Paxlovid)
"A autorização de hoje oferece uma opção de tratamento adicional contra o vírus da covid-19 na forma de comprimido, que pode ser tomado por via oral", disse Patrizia Cavazzoni, cientista da FDA (na sigla em inglês).
A pílula desenvolvida pela Merck, conhecida como MSD fora dos Estados Unidos e do Canadá, deve ser tomada dentro dos cinco dias posteriores ao início dos sintomas. Em teses, o medicamento reduziu em 30% as hospitalizações e mortes por covid-19 entre pessoas em risco. No caso da medicação da Pfizer, a redução foi de 90%.
Em seu comunicado, a FDA destacou que tanto os comprimidos da Pfizer quanto os da Merck devem ser um complemento às vacinas, e não substitutos.
Ainda que ambos os tratamentos sejam, em geral, seguros, conforme os estudos clínicos desenvolvidos, a pílula da Merck (molnupiravir) levanta mais preocupações. A FDA não autoriza esta medicação para menores de 18 anos, porque pode afetar o crescimento dos ossos e cartilagens, nem para grávidas, devido a possíveis danos ao feto.
Os médicos decidem se os benefícios superam os riscos em casos individuais. A posologia é de oito cápsulas de molnupiravir ao dia, por cinco dias, totalizando 40 comprimidos.
Os Estados Unidos fizeram uma encomenda de comprimidos da Merck no valor de US$ 3,1 milhões, e outra da Pfizer, de US$ 10 milhões. O molnupiravir atua incorporando-se ao genoma do vírus, o que causa mutações que impedem a replicação viral.