Pelo menos 69 integrantes de milícias de autodefesa morreram em um ataque no oeste do Níger, perto da fronteira com o Mali, local que é palco de ações mortais de supostos grupos extremistas desde o início do ano.
O ataque aconteceu na terça-feira (2), mas só foi confirmado pelo governo nesta quinta-feira (4).
"O balanço provisório do atentado, que aconteceu 11 km ao norte da aldeia de Adab Dab, localidade situada 50 km ao noroeste de Bani Bangou, é de 69 mortos, entre eles o prefeito [de Bani Bangou], e 15 sobreviventes", diz um comunicado, no qual o governo também esclarece que iniciou uma "operação de rastreamento na região" para tentar localizar os agressores.
O governo decretou luto nacional de 48 horas a partir de sexta-feira. Segundo fontes locais entrevistadas pela AFP, o prefeito de Bani Bangou era o líder de milícias armadas, os "comitês de vigilância", de várias aldeias no território da comuna de Bani Bangou.
Os mortos, integrantes do comitê de vigilância de Bani Nagou, foram vítimas de membros do Estado Islâmico do Grande Saara (EIGS), que estavam fortemente armados", segundo essas mesmas fontes locais.
Desde o início do ano, supostos extremistas multiplicaram os ataques violentos contra civis na região de Bani Bangou e nas comunas vizinhas da região de Tillaberi, fronteiriça com o Mali.
Em 2 de janeiro, 100 pessoas morreram durante os ataques a duas cidades da região. Em agosto, a ONG Human Rights Watch estimou que havia mais de 420 civis mortos nos ataques realizados desde o início de 2021.
Esta imensa região está localizada no cruzamento das fronteiras entre Níger, Burkina Faso e Mali, palco desde 2017 de ataques terroristas de grupos próximos à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.
* AFP